Conferência Internacional da APCTA regressa com importância redobrada

nov-2021

Depois de uma das piores crises vividas pelo sector da aviação, fruto de uma pandemia que parou o mundo, a Conferência Internacional da APCTA regressou com importância redobrada e foi capaz de captar a atenção de todos os stakeholders, incluindo os media.

Dividida em dois painéis, a conferência debruçou-se sobre os temas que se mostram fundamentais no atual momento da indústria.

Na parte da manhã, falou-se da importância do Espaço Aéreo Europeu enquanto ativo estratégico e dos planos que a Comissão tem no âmbito do SES 2+ e discutiram-se os impactos dessas medidas na cadeia de valor do sector. Representantes da DG Move, da IATA, do PRB – Performance Review Body, da ATCEUC e da NAV abordaram os temas nas diferentes perspetivas que são impactadas pelo projeto da Comissão Europeia, tendo ficado mais ou menos claro que o Céu Único Europeu, tal como está desenhado, pode ter efeitos muito negativos sobretudo para os países mais periféricos, como Portugal, mas também para as respetivas empresas nacionais encarregues do controlo de tráfego aéreo. Foi isso mesmo que o representante da ATCEUC sublinhou, ao referir que a Comissão não fez todos os impact assessements deste projeto, o qual tem vindo a ser sucessivamente modificado e que ganhou um novo enquadramento e uma nova dimensão com a pandemia. Já o representante da IATA revelou que pouco importa o conteúdo do plano, porque o importante é ter um plano.

Contudo, ficou claro que o Espaço Aéreo se constitui como um relevante ativo económico estratégico dos países, para além de que se trata de um elemento fundamental do exercício da soberania de cada Estado Membro e que, por isso, a Comissão deveria ter esses fatores em consideração e reavaliar a sua estratégia.

Na parte da tarde, um painel inédito em conferências do sector da aviação reuniu as responsáveis das entidades mais relevantes da nossa indústria, ou seja, a ANAC, a ANA, a TAP e a NAV. No cerne do debate, o papel da aviação na recuperação económica do país, com dois grandes temas a merecerem particular atenção. A recuperação da TAP e o futuro aeroporto de Lisboa.

Por um lado, a CEO da TAP falou do processo de reestruturação que a empresa tem vindo a implementar e de como a empresa tem vindo, gradualmente, a conseguir responder ao aumento do tráfego e da procura, enquanto a Diretora de Operações da ANA foi referindo que Lisboa precisa de uma solução definitiva para o seu aeroporto e que é o Montijo a que melhor responde aos desafios da procura.

Por sua vez, as representantes da ANAC e da NAV elencaram os desafios que Lisboa encerra e de como regulador e gestor do espaço aéreo se prepararam para a recuperação. Sobretudo a NAV, que tem um programa de investimentos ao nível das suas infraestruturas e de renovação tecnológica significativo, que são um pilar essencial à recuperação do turismo e da economia nacional.

Pela sua importância e relevância para o país, este painel da tarde captou a atenção generalizada dos órgãos de comunicação social que reportaram de forma exaustiva o conteúdo do debate, que pode ser lido nos exemplos de links disponibilizados a seguir.