Conferência "Reconstrução da Indústria da Aviação"

Assista ao video resumo da nossa conferência subordinada ao tema : “Reconstrução da Indústria da Aviação | Oportunidades e Desafios para o Futuro”, que decorreu em 22 de Outubro de 2021, no Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, Lisboa, Portugal

Conferência 2021: Reconstrução da indústria da aviação

Conferência 2021: Reconstrução da indústria da aviação

Dedicada a um tema de grande atualidade : “Reconstrução da Indústria da Aviação | Oportunidades e Desafios para o Futuro”, decorrerá no dia 22 de Outubro de 2021, no Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, Lisboa, Portugal

Esta conferência, organizada pela Associação Portuguesa dos Controladores de Tráfego Aéreo, pretende ser um lugar de encontro e debate entre diferentes especialistas da área da aviação, cruzando fronteiras disciplinares e geográficas, de modo a promover uma reflexão alargada sobre o presente e sobre o futuro da aviação nacional.

À semelhança das edições anteriores, a conferência da APCTA irá abordar os temas mais atuais do setor, partindo de uma perspetiva integradora e de uma dupla abordagem, estruturada em dois painéis: Espaço Aéreo Europeu um ativo estratégico e Aviação como Catalisador de Retoma Económica.

O primeiro painel irá debater o valor estratégico do Espaço Aéreo, partindo da estratégia europeia para a indústria da aviação para as próximas décadas, focando as motivações e resultados dessa estratégia ao nível nacional e supranacional.

O segundo painel procurará debater de forma integrada o futuro da Indústria da Aviação em Portugal, designadamente, na perspectiva dos diferentes agentes nacionais, bem como, a forma como este sector irá impulsionar a retoma económica nacional.

Através da Conferência Internacional ATM, a APCTA pretende dar o seu contributo para o importante debate e reflexão sobre as opções estratégicas para a gestão de tráfego aéreo nacional.

Esta conferência está aberta ao público em geral, com entrada livre, mas sujeita a pré-inscrição.

PROGRAMA

  • 09h30 – Registo e Recepção de convidados
  • 10h00 – Discurso de boas vindas (Presidente da APCTA)
  • 10h45 – Painel I: Espaço Aéreo Europeu um ativo estratégico
  • 13h00 – Almoço
  • 14h30 – Painel II: Aviação como Catalisador de Retoma Económica
  • 16h30 – Coffee-break
  • 17h00 – Intervenções finais e Encerramento

Painel I: Espaço Aéreo Europeu um ativo estratégico

No final da década de 90, a Comissão Europeia lançou a iniciativa Céu Único Europeu (Single European Sky – SES), propondo um programa de reforma do Sistema ATM Europeu e dando, desta forma, os primeiros passos para uma estratégia concertada e alargada em termos de navegação aérea para todo o espaço aéreo Europeu. Em 2012, com o objetivo de melhorar a prestação dos serviços de navegação aérea nas áreas da segurança, do ambiente, da capacidade e do custo, iniciou-se o Primeiro Período de Referência (RP1 – 2012-2014), ou seja, uma regulação pan-europeia aplicável a todos os prestadores de serviços de navegação aérea (ANSP) com objectivos concretos para as quatro áreas acima referidas.

Perante a imposição de redução de custos que caracterizaram o Primeiro e o Segundo Períodos de Referência (RP2 – 2014-2019), os ANSP viram-se obrigados a proceder a cortes significativos ao nível de recursos humanos e de desenvolvimento tecnológico. Estas medidas reduziram os custos a curto prazo, tal como os utilizadores do espaço aéreo pretendiam. No entanto, no médio prazo, surgiram as consequências desses cortes. Assim que o tráfego retomou o ciclo de crescimento, os ANSP ficaram sem margem para absorver esses mesmos aumentos devido à falta de recursos humanos e tecnológicos.

No lançamento do Terceiro Período de Referência (RP3 – 2020-2024), com a primeira definição dos objectivos europeus para as quatro áreas de performance, a Comissão Europeia manteve o seu foco na contenção de custos baseada num crescimento contínuo do tráfego à escala europeia, reconhecendo que os objectivos de performance anteriormente definidos para as áreas de ambiente e capacidade não tenham sido atingidos devido à brutal redução de investimento observada no Sector ATM como consequência dos Planos de Performance por si impostos. A crise da COVID-19 mudou o paradigma da definição de todos os objectivos de performance: O tráfego decresceu abruptamente, prevendo-se agora um atraso de vários anos até que o tráfego de 2019 se repita. Num momento de definição do plano de performance nacional para o RP3 importa reflectir sobre o contexto do Sector ATM e o impacto dos planos de performance nos ANSP europeus.

Em setembro passado, a Comissão Europeia propôs um pacote legislativo que procura reformar profundamente o Sector ATM Europeu. Esta proposta é uma reformulação do Pacote SES 2 + de 2013 à qual se soma uma uma proposta de alteração do regulamento de base da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA).

No primeiro semestre do ano corrente, o Conselho Europeu e o Comité dos Transportes do Parlamento Europeu definiram as suas posições em relação a essa proposta, estando de acordo com a Comissão Europeia quanto aos principais objetivos do Céu Único Europeu: esta reforma deve reforçar a segurança, responder às necessidades de capacidade e ajudar a reduzir as emissões, apresentando ao mesmo tempo uma boa eficiência de custos. Deverá também contribuir para a inclusão harmoniosa e segura de drones no espaço aéreo. No entanto, embora defendam os mesmos objetivos, as posições da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeus diferem entre si na visão e nos meios para atingir esses fins.

Atendendo a que o impacto do Plano de Performance Nacional para o RP3 e do Pacote Legislativo em fase de triálogo entre Comissão, Conselho e Parlamento Europeus nos diversos agentes da aviação é incontornável e que as consequências ao nível da economia e da soberania nacionais poderão ser substanciais, serão estes os temas abordados no primeiro painel desta Conferência Internacional ATM.

Neste painel irão estar presentes personalidades com diferentes perspectivas e responsabilidades relativamente ao Sistema de Desempenho Europeu, procurando apresentar e debater a abordagem europeia ao setor da navegação aérea, as suas consequências ao nível nacional, bem como as perspetivas de futuro para o setor.

Painel II: Aviação como Catalisador de Retoma Económica

O investimento público na melhoria do Sistema Aeroportuário de Lisboa tem sido consecutivamente adiado pela eterna promessa de construção de um novo aeroporto e, mais recentemente, pelas dificuldades financeiras que o país atravessou. Por sua vez, as perspectivas de tráfego esperadas no curto/médio-prazo levaram a que o projeto de um novo aeroporto se tornasse inviável devido ao grande período de tempo que levaria a concluir uma infraestrutura desta natureza, sendo imperioso avançar com novas alternativas.

Em contraponto, o forte crescimento de tráfego verificado nos anos que antecederam a pandemia Covid-19, antecipando quase 10 anos as previsões de tráfego para o Aeroporto Internacional Humberto Delgado (AHD), resultou no congestionamento da principal infraestrutura aeroportuária do país, nomeadamente no aumento de atrasos e dificuldades de gestão operacional, com impactos negativos na economia nacional.

Este estrangulamento foi amenizado pela pandemia actual, que provocou a maior crise da história da aviação, no entanto sendo o turismo uma das principais alavancas de crescimento económico em Portugal, a indústria da aviação assume um papel vital para o crescimento sustentável do mesmo e consequentemente da própria economia, não só na região de Lisboa, mas de todo o país.

Neste sentido, é imperativo garantir que no período pós pandemia o sector se pautará por um modelo seguro, ambientalmente responsável e economicamente viável. Em resposta a este desiderato, é fundamental garantir que os projectos adiados pela pandemia, sejam rapidamente retomados, de forma a permitir ao sector dar uma resposta adequada às exigências do período pós pandemia.

Atenta a estes acontecimentos, a APCTA promoverá, no segundo painel da Conferência Internacional ATM, um debate alargado sobre a estratégia para o futuro do sector da aviação em Portugal, procurando identificar as melhores soluções que permitam catalizar a retoma económica nacional.